13h 00min, de terça-feira de carnaval. O plantão continua tranquilo. Ninguém morreu, sinal de que a brincadeira está boa e ninguém está querendo habitar a cidade dos pés juntos, mas apenas parar na delegacia já que as ocorrências por aqui se restringiram a furto de motocicletas e violência doméstica.
Com tempo de sobra para uma boa leitura continuei elaborando meu material de pesquisa sobre as catacumbas. Hora de conhecer um pouco sobre as Catacumbas de Paris. E olha só o que descobri.
Pra minha sorte me deparei com o blog 360meridianos, trazendo relato claro, objetivo e suficiente pra gente compreender com muito humor um pouquinho do que são as catacumbas de Paris, à primeira vista horripilante.
Com tempo de sobra para uma boa leitura continuei elaborando meu material de pesquisa sobre as catacumbas. Hora de conhecer um pouco sobre as Catacumbas de Paris. E olha só o que descobri.
Pra minha sorte me deparei com o blog 360meridianos, trazendo relato claro, objetivo e suficiente pra gente compreender com muito humor um pouquinho do que são as catacumbas de Paris, à primeira vista horripilante.
Catacumbas de Paris: a história
"Paris foi uma cidade do Império Romano, sendo, portanto, habitada há séculos. Durante todo esse período, os cemitérios da cidade foram ocupados por gente que morreu de todas as formas possíveis: em guerras, batalhas, massacres, vítimas de doenças, pestes, e até mesmo, pasmem, de causas naturais. Após milênios de ocupação humana, Paris chegou ao século 18 com um problema de superpopulação nos cemitérios, muitos deles localizados dentro da cidade.
O Cimetière des Innocents, na época o mais velho de Paris e em uso desde a Idade Média, tinha sido convertido numa espécie de sepultura coletiva onde até 1500 mortos ocupavam a mesma tumba. Tudo isso começou a incomodar os vizinhos vivos. Os cemitérios contaminavam os reservatórios de água de Paris, fazendo com que mais gente resolvesse bater as botas e passar para o lado de lá, aumentando o problema, que virou quase que uma bola de neve, só que de ossos."
O Cimetière des Innocents, na época o mais velho de Paris e em uso desde a Idade Média, tinha sido convertido numa espécie de sepultura coletiva onde até 1500 mortos ocupavam a mesma tumba. Tudo isso começou a incomodar os vizinhos vivos. Os cemitérios contaminavam os reservatórios de água de Paris, fazendo com que mais gente resolvesse bater as botas e passar para o lado de lá, aumentando o problema, que virou quase que uma bola de neve, só que de ossos."
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| Cimetière des Innocents em gravura do século 16 |
Os túneis subterrâneos de Paris
"Ao longo dos séculos, diversas minas subterrâneas foram escavadas ao redor de Paris. Boa parte das pedras usadas na construção da cidade saíram dessas minas, que com o tempo caíram no esquecimento. Quando chegou o século 17, ninguém sabia a profundidade e o tamanho das galerias que se escondiam debaixo de Paris.
O problema é que nessa época a cidade já tinha crescido, ocupando os espaços acima das antigas minas. O resultado? Diversos acidentes e desabamentos, o mais significativo deles em 1774. Foi nesse ano que uma casa desabou, na rua d’Enfer, perto da atual Avenue Denfert-Rochereau.
Esse desabamento foi o estopim para que o Rei Luís XVI, o mesmo que depois perdeu a cabeça na revolução francesa, criasse uma comissão para investigar o que diabos havia debaixo da Paris. Durante anos, essa comissão catalogou os subterrâneos da cidade, reforçou a estrutura das áreas que corriam risco de cair e nomeou as galerias de acordo com as ruas que passavam acima delas. Enfim, finalmente tudo ia bem na Paris subterrânea. Foi nessa época que os mortos chegaram.
Em 1780, outro desabamento acordou os mortos e incomodou os vivos. Por causa do peso excessivo das sepulturas, um dos muros do Cimetière des Innocents cedeu. O Rei ordenou que o cemitério fosse fechado, assim como todos os outros que ficavam dentro da cidade.
Juntar um problema com o outro foi uma decisão quase óbvia e, alguns anos mais tarde, os restos mortais de milhões de parisienses foram retirados desses cemitérios e colocados em parte das galerias subterrâneas recentemente reformadas.
A mudança dos mortos não foi fácil e muito menos um trabalho que qualquer um topasse fazer. De qualquer forma, os parisienses resolveram tirar vantagem da situação. Sabe aquela história de que nossos antepassados iluminam o caminho dos vivos? Isso teve um significado literal na Paris do século 18. Por conta da superpopulação a la Bangladesh, faltava oxigênio nas tumbas do cemitério. Com isso, mesmo corpos enterrados há décadas não estavam completamente decompostos e uma enorme quantidade de gordura humana foi retirada das tumbas. Se os ossos foram para as Catacumbas, a gordura foi para as fábricas de sabão e velas.
Em 1789, rolou a Revolução Francesa, que fez com que muitos nobres e revolucionários perdessem as cabeças. Na época, os franceses começaram a enterrar os mortos da revolução diretamente nas Catacumbas. Isso incluiu gente famosa, como Danton, Robespierre e o químico Lavoisier, que depois da morte pode testar na prática seu famoso ensinamento de que “na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma” – até seus ossos, que podem virar atração turística.
Durante o século 19, pouco a pouco as Catacumbas se tornaram uma espécie de museu da cidade. Os ossos foram organizados em diversos formatos e alguns monumentos foram criados para os habitantes das profundezas da terra. Escritores ajudaram a aumentar o mito e a curiosidade ao redor das catacumbas. Em “Os Miseráveis”, Victor Hugo explicou que “Paris tem outra Paris debaixo dela”.
O problema é que nessa época a cidade já tinha crescido, ocupando os espaços acima das antigas minas. O resultado? Diversos acidentes e desabamentos, o mais significativo deles em 1774. Foi nesse ano que uma casa desabou, na rua d’Enfer, perto da atual Avenue Denfert-Rochereau.
Esse desabamento foi o estopim para que o Rei Luís XVI, o mesmo que depois perdeu a cabeça na revolução francesa, criasse uma comissão para investigar o que diabos havia debaixo da Paris. Durante anos, essa comissão catalogou os subterrâneos da cidade, reforçou a estrutura das áreas que corriam risco de cair e nomeou as galerias de acordo com as ruas que passavam acima delas. Enfim, finalmente tudo ia bem na Paris subterrânea. Foi nessa época que os mortos chegaram.
Em 1780, outro desabamento acordou os mortos e incomodou os vivos. Por causa do peso excessivo das sepulturas, um dos muros do Cimetière des Innocents cedeu. O Rei ordenou que o cemitério fosse fechado, assim como todos os outros que ficavam dentro da cidade.
Juntar um problema com o outro foi uma decisão quase óbvia e, alguns anos mais tarde, os restos mortais de milhões de parisienses foram retirados desses cemitérios e colocados em parte das galerias subterrâneas recentemente reformadas.
A mudança dos mortos não foi fácil e muito menos um trabalho que qualquer um topasse fazer. De qualquer forma, os parisienses resolveram tirar vantagem da situação. Sabe aquela história de que nossos antepassados iluminam o caminho dos vivos? Isso teve um significado literal na Paris do século 18. Por conta da superpopulação a la Bangladesh, faltava oxigênio nas tumbas do cemitério. Com isso, mesmo corpos enterrados há décadas não estavam completamente decompostos e uma enorme quantidade de gordura humana foi retirada das tumbas. Se os ossos foram para as Catacumbas, a gordura foi para as fábricas de sabão e velas.
Em 1789, rolou a Revolução Francesa, que fez com que muitos nobres e revolucionários perdessem as cabeças. Na época, os franceses começaram a enterrar os mortos da revolução diretamente nas Catacumbas. Isso incluiu gente famosa, como Danton, Robespierre e o químico Lavoisier, que depois da morte pode testar na prática seu famoso ensinamento de que “na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma” – até seus ossos, que podem virar atração turística.
Durante o século 19, pouco a pouco as Catacumbas se tornaram uma espécie de museu da cidade. Os ossos foram organizados em diversos formatos e alguns monumentos foram criados para os habitantes das profundezas da terra. Escritores ajudaram a aumentar o mito e a curiosidade ao redor das catacumbas. Em “Os Miseráveis”, Victor Hugo explicou que “Paris tem outra Paris debaixo dela”.
Vale dizer que a maior parte do subterrâneo não está coberta de ossos e são simples galerias. Mesmo assim, o termo Catacumbas passou a designar todas as galerias e antigas minas que cortam a cidade.
Segundo estimativas extra-oficiais, cerca de 300 parisienses vagam pelas catacumbas semanalmente. Quem é pego andando por essas bandas paga uma multa de 60 euros, mas logo é liberado. Há quem diga que os policias não se preocupam nem em confiscar os mapas usados pelos exploradores do submundo."
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| “Pare! Este é o Império da Morte”. |














































